segunda-feira, 18 de julho de 2011

processo útero II













O abrigo dos sentidos



“O abrigo dos sentidos II”, zinco, 90 x 60 x 28 cm | 2010.












“O abrigo dos sentidos I”, metal, 96 x 69 x 19 cm | 2010.





Vianda: o isolamento e o desdobramento da forma

O isolamento entra em questão também como meio de abrir as perspectivas para além da relação especular, segundo Deleuze (2007,12), “Isolar é, então, o modo simples, necessário, embora não suficiente, de romper com a representação, interromper a narração, impedir a ilustração, liberar a figura: para ater-se ao fato.” Ao longo de toda a pesquisa, para as formas percebidas em pintura, desenho, objetos, sempre fui a modelo, entretanto, na produção recente, o caráter identitário se dilui na “liberação da figura”, a partir não só de seu isolamento, como também das dimensões na produção atual.

O trabalho passa a circular entre o lugar da negação, da subversão dos valores, do olhar monstruoso que tangencia a especulação do obsceno, da repulsão e do que é esperado para esse determinado lugar.

A especulação de valores e do obsceno é direcionada pela sociedade, que determina o que pode e o que não pode, o que é bom ou ruim para se olhar. Essa especulação é sustentada sem ser interrogada ou reformulada. As pinturas podem suscitar questões que coloque, de alguma maneira, em xeque determinados valores. É em gestos, na articulação do espaço, e na expansão dele, que trago um tipo de ressignificação, tanto no que se refere à figura, quanto à presença dela no mundo e todos os possíveis desdobramentos derivados, ativando, a relação que temos com o dado objeto.